segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Minha culpa, minha máxima culpa.

“Se os progenitores não aprenderam de forma adequada a enfrentar uma determinada situação evolutiva, não poderão ensiná-la a seus filhos. Produzirá, então, uma falha nesse momento evolutivo, pois os pais não tolerarão a reativação das ansiedades que experimentaram quando adquiriram a aprendizagem em pauta” – escreveu Raquel Soifer¹. Acho que “colocar a culpa nos pais” é uma boa forma de tomarmos fôlego para iniciar a semana.

Uma vez eu falei uma coisa errada, todo mundo riu, e um amigo me defendeu: “Como ela ia saber, se ninguém falou pra ela?”. Colocar a culpa nos outros de modo geral também parece ser um bom jeito de começar a semana.

O problema é que quem vai viver a semana sou eu e, independentemente de quem seja “responsável” por meus defeitos e dificuldades, quem vai sofrer os efeitos dessas causas sou eu.

Além do mais, eu faço parte da minha família, do meu trabalho, da minha faculdade... e tenho minha parcela de responsabilidade, culpa e mérito diante dos “resultados” que essas instituições apresentam. Se eu percebi que faltou aprender algo com a minha família, cabe a mim mostrar a eles que não sabíamos daquilo – por mais que sejam “reativadas as ansiedades”. Afinal, estamos todos no mesmo barco. Ou melhor, na mesma casa.


¹Raquel Soifer é psicanalista argentina, uma das pioneiras da psicanálise infantil na América Latina. Encontrei o trecho citado no blog numa monografia de 1999, de uma ex-graduanda de psicopedagogia da Universidade Metodista de São Paulo, a Marluci de Fátima Ferreira. Raquel ainda pode ser tema de outros posts.

2 comentários:

Yuri Kiddo disse...

muito bom iniciar a semana lendo Aline.

Aline Costa disse...

Ai, que liiiiiiiiiindo!!!
Valeu, Yuri!