domingo, 7 de outubro de 2007

De repente, adeus

Quando se descobre que algum membro da família está com alguma doença grave, o impacto que a própria pessoa e seus familiares sofrem é muito grande. De início a pergunta que vem à cabeça é sempre a mesma: Qual o motivo por tudo isso estar acontecendo? A partir daí, começa uma batalha dura para a superação de tudo.

A busca pelo tratamento da doença é o primeiro passo. A procura por especialistas, pelo entendimento e por todos os recursos possíveis acontece. A rotina dentro de casa não é mais a mesma. Tudo passa a acontecer em torno da pessoa que está sofrendo da doença. O processo é longo e requer compreensão dos que convivem com esse novo obstáculo.

Mas infelizmente, muitas vezes, mesmo com tratamento a pessoa não consegue superar a doença e vem a falecer. E agora, o que fazer? A dor de perder alguém querido, ainda mais um membro familiar é muito grande. A revolta pelo fato ocorrido toma conta das pessoas que tanto lutaram para que isso não acontecesse. Até ver que tudo aquilo é mesmo verdade, leva um certo tempo. Depende de cada pessoa.

A rotina muda novamente. Dessa vez as pessoas têm que se adaptar à ausência de alguém que durante um curto ou longo tempo (dependendo do estágio da doença em que se encontrava) foi a atenção da casa, ainda que de maneira negativa. Uma grande tristeza invade, e a estrutura familiar nesse momento se provará. De um lado, os familiares podem se unir como nunca e superar juntos a mais um obstáculo, e de outro a família se partir por inteira.

Alguns podem não conseguir superar ou aceitar, e se revoltam. Nesse caso é interessante procurar a ajuda de especialistas , ou melhor, a ajuda da própria família que passou por tudo aquilo e não dará as costas, num momento tão difícil. A fé também é uma saída nesse tipo de situação. A procura por um novo sentido de viver está em Deus, pois para muitos ele é o único que pode dar conforto e acalmar a dor que parece não passar nunca.

Não podemos saber quando perderemos quem amamos e, muitas vezes, só reconhecemos o valor das pessoas quando isso acontece. Valorizar os momentos, sejam eles felizes ou tristes, é a melhor saída. Brigamos, discutimos pois somos diferentes uns dos outros. Mas não podemos esquecer que a morte pode ocorrer a qualquer momento, e isso infelizmente não podemos evitar e muito menos correr atrás.


Abaixo, a experência de uma estudante de 18 anos, que não quis ser identificada, e passou por essa experiência:

“Descobri que minha mãe tinha câncer no colo do útero com 12 anos. A princípio não sabia muito bem do que se tratava, pois era praticamente uma criança e não entendia o que estava se passando. Não sabia também porque minha mãe não passava isso pra gente, sentia dor e muita dor, mas procurava guardar para si. Comecei a perceber que algo de grave estava acontecendo, via todo mundo na minha casa preocupado e procurei entender aquilo. Quando dei por mim, vi que tinha que ficar ainda mais ao lado da minha mãe. Começaram os tratamentos. Ela teve que fazer quimioterapia durante um bom tempo. Era horrível vê-la passando por tudo aquilo, me doía muito e vi que a única maneira de ajudar, era estar presente quando ela precisasse. Sinceramente, não consigo me lembrar de muitas coisas.

Felizmente após o tratamento, o câncer se foi. Mas a partir dali muitos outros problemas foram desencadeados. Ficou com problemas em outros órgãos, mas principalmente no rim. Foi uma luta intensa. Via minha mãe ir ao hospital direto, fazer exames e muitas vezes ficava internada. Acreditava que era um procedimento normal. Tudo bem. Mas depois de algum tempo, especificamente uns 5 anos. O câncer havia voltado. Revoltei-me, xinguei a Deus, chorei, me desesperei. Porque tudo aquilo novamente? Minha mãe não merecia esse sofrimento. Mas por incrível que pareça, me senti melhor quando procurei por ela. Ela me fazia sentir segura. Não desistia por nada. Sorria como se não sentisse dor, e quando essa era muito forte, chorava, como uma criança. Não consigo imaginar a intensidade da dor que ela sentia, mas refletia em mim por ver tudo aquilo e não poder fazer nada. A rotina da casa mudou. Toda a atenção era voltada para ela. Tinha que ficar internada várias vezes. Eu só queria ficar do lado dela. Mesmo vendo tudo aquilo, não acreditava em sua morte, pois ela dizia que não desistiria e disse ainda para minha irmã: ‘Eu ainda vou brincar com seus netos.’

Mas Deus não quis assim. Quanto eu tinha 17 anos, estava à tarde em casa descansando após chegar da escola, pois as 16:30 iria visitá-la na UTI. Mas não foi possível. Recebi a notícia de seu falecimento quando quase entrava no carro para ir ao hospital. Nunca senti dor tão grande. É uma dor inconsolável. Parecia que a vida havia perdido o sentido. Não consigo explicar o tamanho do amor que sinto pela minha mãe. Ela se foi,e ainda que não esteja presente em corpo aqui, é o meu sentido de viver. Fiquei revoltada por ela ter partido, e não consigo e nem sei se quero, aceitar. A família ficou muito abalada, vir para casa não é mais a mesma coisa. Senti e, confesso que senti, vontade de desistir de tudo. Mas parei pra pensar que se fizesse isso, estaria jogando fora todo o esforço que ela teve, ainda que doente, para eu ser tudo que sou hoje. Acredito que Deus a levou pois, lugar de anjo é realmente no céu!”

sábado, 6 de outubro de 2007

Quem é Deus?

foto: Adufe 4.0

“Católico, evangélico, budista, macumbeiro, corintiano, espírita ou ateu (...) todo mundo busca a paz eterna (...) Palavras e palavras e palavras e ainda acham que o Deus do outro não pode ser meu (...)”
“O tudo é uma coisa só” – O Teatro Mágico

Normalmente, conversas sobre religião não duram muito. Com muita cautela, comenta-se alguma coisa aqui e ali e ponto final, porque religião não se discute. Ora, se podemos discutir política, sexo e futebol, por que se intimidar diante de dogmas religiosos?

Com tanta gente disputando o posto de donos da verdade, fica difícil escolher qual direção seguir e talvez a resposta para esse estorvo seja simplesmente não adotar nenhuma religião. É o que pensa o polêmico cientista ateu
Richard Dawkins “Todas as crianças deveriam ser estimuladas a pensar (...) Não se deve atribuir automaticamente a religião dos pais aos filhos. Expressões como ‘criança católica’ ou ‘criança muçulmana’ deveriam nos dar arrepios. Ninguém fala em crianças marxistas ou neoliberais, por que com as religiões deveria ser diferente?”

Vivemos numa sociedade em que o ensino religioso é baseado em livros “sagrados” de regras de conduta escritos há milhares de anos - e por isso, ultrapassados - , que muitas vezes prega a intolerância com outras crenças. É assim com o candomblé praticado fora da África, com o islamismo no ocidente, etc. Isso sem falar em cruzadas, inquisições e “guerras santas” movidas em nome de Deus (ou Zeus, ou Oxalá, ou Buda, ou Jah...).

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Homosexualismo dentro de casa




Muitos homossexuais têm medo de assumir uma posição por causa do preconceito que sofrerão e, muitas vezes, criam um tabu desde a infância de que gostar de pessoas do mesmo sexo é errado, pecaminoso, vergonhoso. Assumir a homossexualidade exige muita coragem, em especial em casos de famílias conservadoras - pode ser uma situação constrangedora no começo. Mas guardar este
segredo pode ser muito pior.

Fábio* tem 22 anos, e aos 16 descobriu que seu pai era gay. “Ele tinha uma empresa e fazia hora extra, em média, três vezes por semana. Mais tarde descobrimos que ele saía com o sócio”, diz ele. Fábio também conta que quem descobriu primeiro foi a mãe dele, quando flagrou o sócio acariciando o rosto e peito de seu, até então, marido.

O pai de Fábio cometeu um erro. Não assumiu sua identidade e com isso machucou muitas pessoas que ama. “Quando meu pai assumiu para minha família, não aceitei. Fiquei três anos se falar com ele. Sentia vergonha. Hoje temos uma boa relação e eu já aceitei a condição, mas não me conformo dele ter mentido por tantos anos”, diz Fábio.

O sentimento de ter sido enganado é muito forte em Fábio. Os familiares de forma geral têm esse sentimento. “Fazemos terapia de família para tentar pôr as coisas no lugar. Tem ajudado bastante, mas a magoa de ser enganado não é fácil de se apagar”, diz o garoto. O pai de Fábio ainda se relaciona com seu sócio e, depois que saiu de casa tem sido mais carinhoso com todos, inclusive com a ex-esposa.

O fato do pai de Fábio ter assumido sua opção sexual fez com que ele se sentisse mais dono de sua própria vida, segundo Fábio. Seu pai é mais feliz e, agora, não tem medo de fazer o que gosta. “Depois que meu pai quebrou o bloqueio que tinha em si ele sorri muito mais”. Não adianta empurrar decisões importantes para depois. Uma hora terá de ser resolvida, e, talvez, as conseqüências sejam muito piores.










* nome fictício

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Onde tuuudo começa!

fonte JORNAL DE SÁBADO

Você está grávida. Que festa a família toda comemorando, seu marido super feliz e você muito tranqüila, pois pensa que deve se preocupar de verdade com a formação do seu bebê somente daqui nove meses, após seu nascimento. Engano seu.

Estudos atuais comprovam que a vida de um feto não é tão simples assim e muito menos tranqüila como muitos imaginam. A vida intra-uterina é tão agitada e complicada como os que já vivem no mundo externo. A mãe precisa estar com seu lado emocional em constante paz, para que o feto não absorva os sentimentos de angústia e medo, por exemplo, vindos da mãe. É na placenta onde ocorrem as trocas entre mãe e filho e, por mais que não pareça tudo o que a mãe sente é passado para o bebê. Transmissões sonoras enquanto dorme, come, conversa são emitidas, mas claro que em uma proporção melhor, digamos um pouco mais abafadas.

Os ruídos do mundo externo também são captados pelo bebê, fazendo assim com que ele consiga distinguir as vozes dos pais. Este é o ponto!
É muito importante para o feto que os pais, principalmente a mãe, conversem com ele durante a gestação, dessa forma eles ajudam no desenvolvimento tanto físico quanto psicológico do filho.

A psicóloga clínica, Ana Maria Moratelli da Silva Rico fala sobre a importância do bom convívio entre um casal durante a gestação: “[...] a qualidade do vínculo entre os parceiros, no momento da concepção e durante a gravidez, é fundamental para o equilíbrio da relação mãe-bebê, uma vez que o feto consegue captar os estados afetivos maternos tanto os de felicidade, tranqüilidade e satisfação quanto os de choques emocionais, ansiedades, raiva, depressão e estresse.”

Ao invés de pensarem que é necessário se preocupar com a educação que darão ao seu filho apenas após o nascimento, os pais devem saber que é essencial já dar carinho, amor, segurança e principalmente ensinarem, mediante conversas, o que quiserem durante a gestação.
Portanto educação não vem só de casa e de berço, mas também da vida intra-uterina.


"A VIDA EMOCIONAL DO FETO" por Ana Maria Moratelli.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

A obrigação de amar os pais

fonte: Abril: Especial caso Richthofen




Todos conhecemos ou pelo menos ouvimos falar do Caso Richthofen, que chocou o Brasil em Outubro de 2002. Suzane Von Richthofen foi acusada de matar os pais e provou ser uma psicopata fria, bárbara e cruel. Sob especulações de que ela foi manipulada pelo namorado, ela quase não demonstra arrependimento ao falar do crime. Outros dizem que ela foi a manipuladora. Mas o que leva alguém a matar os pais não é o tema a ser discutido agora.

Comecei pelo caso de Suzane porque ilustra bem o que quero mostrar aqui. Na comunidade do Orkut
Eu DEFENDO Suzane Richthofen!! um tópico me chamou a atenção onde um garoto questiona que é um caso comum que pode acontecer em qualquer lar. Uma garota inteligente, bonita, rica, cursando o ensino superior e que aparentemente não tinha motivos para matar os pais... Intrigante não? Na comunidade de humor-negro Santa Suzane Richthofen pode-se ver muitos tópicos defendendo a atitude tomada pela Suzane. Um "André" tenta defendê-la com argumentos fraquíssimos e sem fundamento como pode ser visto na própria comunidade.

Não deveríamos ser obrigado a amar nossos pais. Mas somos, pelos costumes e valores da sociedade. Dizer ou mesmo sentir essa ausência de amor paternal é mais comum do que imaginamos, mas é ocultado pela represália dos olhos preconceituosos das pessoas. Muitos amam os pais porque acostumaram, mas não é realmente amor. Por que a divergência entre irmãos é vista de forma bem mais aceita? Os irmãos são tratados como iguais na hierarquia familiar, sendo os pais rei e rainha. Visto desta forma, os filhos não têm direitos sobre os pais. Eles mandam, a prole obedece. Alguns justificam esse abuso de autoridade como forma de amor e educação. Então os filhos deveriam poder "amar" da mesma forma. A diferença é que os filhos não têm opção de ter pais, mas os pais têm opção de ter um filho. Assim, deve por lei zelar por sua saúde, educação, lazer, etc, como consta no art. 4º do
Estatuto da Criança e do Adolescente. Uma notícia da revista Consultor Jurídico de dezembro de 2006 trata exatamente deste assunto.

Serve também para o oposto. Os pais não são obrigados a amar os filhos, embora acredito que não há amor mais cego, puro e idiota que o amor de mãe. Por mais inescrupuloso e mau-caráter que o filho seja, ele pode perder tudo, mas o amor de sua mãe vai estar sempre vívido dentro dela. Matar alguém é algo a ser pensado com muita cautela. No caso de Suzane, foi um crime premeditado. Talvez ela tenha tido os motivos dela para sair de casa, denunciar os pais por algum tipo de abuso, que seja. Não é crime não amar, mas matar é e quase nunca é justificável. Ainda mais num caso de família, onde o sangue derrubado, é o mesmo que o seu.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Casa Perigosa

Principalmente para crianças e idosos, nenhum lugar é completamente seguro. Nem mesmo suas próprias casas.

Dia 26 de setembro o Jornal da Metodista
disponibilizou uma matéria dizendo que 40% dos acidentes fatais com crianças acontecem em casa. No domingo, dia 30/09, o Fantástico também fez uma reportagem falando sobre os perigos que o lar oferece para crianças desacompanhadas.

Produtos de limpeza, panelas com alimentos quentes, ferros de passar, banheiras e tanques, enfim, tudo é uma arma – embora as crianças acreditem que sejam brinquedos. Na minha família mesmo, enquanto uma tia virou as costas para colocar a roupa passada na cama minha priminha puxou o fio do ferro, que caiu sobre a mão dela – deixando uma cicatriz. Felizmente não foi grave, e a marca nem chama atenção. Mas na época o susto foi grande.

No caso dos idosos o problema não tem a ver com a curiosidade e falta de discernimento, e sim, com a perda dos reflexos de um modo geral (inclusive problemas de visão e audição) e com a fragilidade dos ossos. Qualquer pequena queda pode causar grandes transtornos, por isso é importante adaptar alguns pontos críticos das casas, como banheiros e escadas.

domingo, 30 de setembro de 2007

A separação dos pais e as consequências para os filhos

Lembro-me de um dia em que conversava com uma amiga sobre casamento e ela me disse que "sua irmã queria se casar jovem pois se acontecesse de se separar, ainda tinha tempo de encontrar outra pessoa". E hoje em dia o que vemos na verdade é isso mesmo.

É difícil encontrarmos casamentos duradouros por diversos motivos como a rotina, pensamentos diferentes, falta de tempo por conta da correria do dia-a-dia, etc. A facilidade em se separar também ajuda. Não acho que as pessoas devam ficar juntas contra sua vontade e por isso devem pensar bem antes de se casar.

Mas em meio a essa realidade de casais que se separam de maneira tão simples, onde ficam os filhos? Na verdade esses são os pricipais prejudicados. Ficam divididos entre os pais e muitas vezes não sabem como agir para enfrentar essa situação. A criança necessita de atenção redobrada para aprender a conviver com essa nova situação em sua vida. Os pais devem evitar as brigas e mostrar para os filhos que estarem se separando é melhor do que estarem juntos brigando.

A melhor saída é a conversa e se encontrados muitos obstáculos, a ajuda de especialistas também é viável pois com a experiência no assunto podem mostrar formas diferentes de encarar os obstáculos dessa nova fase, tanto na vida dos pais quanto dos filhos.

Leia mais sobre o assunto.

sábado, 29 de setembro de 2007

A educação no combate ao crime

É cada vez mais comum a presença de menores de idade em diversos tipos de crime: tráfico de drogas, assaltos, seqüestros, etc. Diante de casos de grande repercussão, como o brutal assassinato do menino João Hélio , João Hélio em fevereiro deste ano, se discute a redução da maioridade penal para esses infratores, com a intenção de coibi-los. Mas será que essa é a melhor solução? O que tem sido feito para evitar as causas pelas quais as crianças são levadas para a ilegalidade? E o que está sendo feito para recuperar os infratores, preparando-os para retornar ao convívio social e buscar uma vida digna?

Tanto os detentos quanto qualquer outra criança que não tenha moradia decente, saúde, alimentação, lazer e acesso à educação de qualidade têm forte tendência a procurar soluções para os seus problemas em atividades ilícitas. É aí que as escolas podem dar uma enorme contribuição para a salvação de futuros criminosos em potencial.

Promover a inclusão social - seja através de programas culturais, esportivos ou de cursos profissionalizantes, por exemplo - pode render resultados muito positivos. Foi o que mostrou uma pesquisa do
Instituto Ayrton Senna(segundo revista Época) sobre os efeitos da abertura de 2.102 escolas aos fins de semana, com projetos educacionais especiais. Em três anos, houve redução de:
63% no consumo de drogas,
63% no porte de armas,
57% nas ameaças a professores,
55 % nas agressões físicas,
43% nas depredações
e 42% nos furtos e roubos.

A
Fundação Casa (antiga FEBEM, vista por muitos como uma “escola do crime”), também tem apostado na reabilitação dos internos por meio de medidas voltadas para o social, como a proximidade da família durante o cumprimento da pena e a possibilidade de estudar fora da Instituição (dependendo da gravidade do crime cometido).

É claro que as ocorrências lamentáveis que vemos nos jornais não se justificam, mas tratar esses menores – pobres e marginalizados, na grande maioria – como bichos que devem ser excluídos do “nosso mundo” não deixa de ser um crime.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Ser diferente

foto: Garambone



Muitos casais sonham em ter filhos. Jogar bola, videogame, brincar de casinha e contar histórias antes de dormir enfeitam a felicidade de ser pai. Por vezes os pais ficam ansiosos quando estão esperando bebê, desta forma, se algo não acontece da maneira planejada a família toda fica em choque. Isso ocorre quando a criança nasce com uma deficiência física ou mental, eles sentem como se seus sonhos não fossem se concretizar.

Hoje em dia, a maioria dos casos de deficiência pode ser diagnosticado antes do nascimento, através dos exames de pré-natal. Porém, às vezes a família só fica sabendo quando o neném nasce. Pais de primeira viagem nunca estão preparados, ainda mais quando se trata de uma criança especial. Abordar este assunto com uma mulher grávida chega ao cúmulo de soar como uma indelicadeza. Isso porque ainda existe muito preconceito com os deficientes. Alguns, pais quando descobrem a doença ainda na gestação, preferem abortar, ainda que ilegalmente. Outros têm a criança, mas sentem tanto medo do sofrimento que o preconceito causará que acabam superprotegendo o bebê.

Os casais que pretendem ter filhos devem ter em mente que há possibilidade da criança nascer ou adquirir uma deficiência, mas é possível ter uma vida saudável da mesma forma. O primeiro preconceito vem dos próprios pais na hora de assumir a doença.

A atriz mirim Joana Mocarzel, sete anos, é prova de que o desenvolvimento, neste caso de crianças portadoras de síndrome de down, é possível, basta haver incentivo. O jogador de futebol Romário tem uma filha também com síndrome de Down , e diz: “ a gente sabe que ela é definitivamente mais do que especial. Tenho certeza de que ela vai ser uma das pessoas mais maravilhosas que Papai do Céu pois na Terra”.

Os deficientes físicos e mentais são lições de vida; eles são perseverantes, têm força de vontade e uma alegria de viver que contagia; muitos são mais felizes em suas condições do que aqueles considerados perfeitos. A deficiência depende muito da abordagem feita. Se for encarada como um problema, o desenvolvimento será complicado, se considerado um desafio, superar pode ser gratificante. As dificuldades existem, mas isso não é diferente para nenhum ser
humano.



foto: Unipar

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Pausa para os comercias

Como "bônus", resolvi colocar este vídeo do Lucas & Juquinha que passava na Rede Cultura. Quem não sabe do que eu estou falando, vai recordar quando assistir ao vídeo. E quem ainda assim, não se lembrar, é porque é muito novo e não pegou essa excelente época da TV Cultura.

E não menos importante, o resultado da nossa enquete: Você acha que os pais devem proibir as crianças (zero a 12 anos) de assistirem televisão?


Sim, porque há conteúdo impróprio para determinadas idades mesmo durante o dia (1 voto 8%)
Sim, desde que os pais conversem com seus filhos para explicar o porquê da proibição (1 voto)
Não, porque as crianças ficarão deslocadas dos assuntos do grupo (nenhum voto)
Não, porque as crianças têm que desenvolver autonomia para decidir o que é bom ou não para elas assistirem (1 voto)
Não, porém devem conversar com seus filhos a respeito de idade certa para certos programas (9 votos 75%)

total: 12 votos

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A favor da família, sempre!

fonte: CEJAI-CE

A maior parte das pessoas concorda que família é aquela que vive junto, que mora na mesma casa e divide problemas, ambições, alegrias, etc. Concorda também que pais são aqueles que educam, dão amor, carinho, ajudam o filho e o corrigem sempre que necessário. Então como explicar o preconceito que, algumas vezes, a sociedade tem em relação a filhos adotados?
Se um casal de apaixonados, sendo eles de diferente sexo ou não, resolvem adotar uma criança com todo amor, não deveriam haver obstáculos para isto.

Um filho adotado é um filho que os pais escolheram e, que de alguma forma algo entre eles foi legal desde o primeiro encontro até o momento final da adoção. O processo de adoção leva algum tempo para se concluir, pois são necessárias entrevistas, acompanhamento de assistentes sociais que possam avaliar os interessados na adoção para verificar a condição de vida que darão ao adotado.

O CeCIF – “Toda Criança em Família” é uma organização não-governamental de interesse público que promove ações que preservem os direitos da Criança e do Adolescente à convivência familiar e comunitária.

Ao conversar com crianças e adolescentes adotados questionei sobre o que pensavam da educação que devem receber dos pais e, a resposta foi uma só, de que os pais devem contar para os filhos que eles são adotados, pois não é vergonha para ninguém e, desta forma a relação deles ficará mais confiável.

Rodrigo Aureliano, 24, graduado em Biologia afirma: “Eu como biólogo acredito que não existe essa história de crianças serem revoltadas pelo fato de ser adotada e ser filho biológico de um bandido ou de uma mulher pobre que não tem condições de criar. A índole da criança é construída com os pais que dão a educação”.
fonte: SESAP-RN
Deve-se dispor de uma educação “normal” como se o filho fosse seu biologicamente.
Uma família sem condições de criar um filho deve sim colocá-lo à adoção, pois ele poderá ter uma nova oportunidade de vida. Tanto a sociedade como o processo de adoção, não deveria ter o preconceito de pais gays adotarem um filho, pois o modo de como a criança verá a vida e entenderá os fatos será criado de acordo com a educação que ela receber, independente do sexo de seus pais.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A infância em extinção


fonte: All Posters



Os tempos, definitivamente, são outros. No passado recente, tudo o que as crianças mais queriam ganhar eram brinquedos. Mas nesse novo mundo, caracterizado por uma infância cada vez mais precoce que faz com que a vaidade e o individualismo cresçam rapidamente, meninos e meninas de 12 anos para baixo estão progressivamente abraçando o mundo da moda, da tecnologia, e do sexo.

Fui a uma festa umas semanas atrás de uma garota de classe média alta que estava fazendo 11 anos. A casa dela havia se tornado uma balada. Funk e música estilo black de letras pornográficas e insinuantes tocavam bem alto enquanto as crianças dançavam na “pista” improvisada. DJ, som duvidoso, luzes... Fiquei impressionado e triste com aquilo tudo. Os presentes não eram brinquedos ou algo do tipo. Eram roupas, maquiagem, sapato, jóias.

Essa nova geração é chamada de tweens, abreviação da palavra between (entre, em inglês) e trocadilho com teens (adolescentes). Um personagem que espelha e satiriza essa nova classificação é o Bob Esponja Calça Quadrada (foto), que não sabe se é adulto ou se é criança. O estímulo excessivo de vaidade na criança pode trazer sérios problemas para o futuro. Um exemplo disso é o número crescente de crianças preocupadas com regimes, maquiagem, moda e coisas do tipo. Na minha época ganhar roupa era o fim, eu gostava mesmo era de ganhar brinquedos, como todas as crianças. E brincar na rua até o anoitecer. Hoje as únicas crianças que vemos nas ruas são as que não têm casa para morar.


foto por Blad Meneguel



Li uma matéria na revista Caras sobre o aniversário da Sasha, a filha da Xuxa. Como uma mulher que se diz “A Rainha dos Baixinhos” pode destruir a infância da própria filha? De presente, a pequenina que completou 9 anos ganhou uma moto. É, uma moto. E na trilha sonora da festa de aniversário, repetimos o funk: “Sasha gosta, mas eu amo funk. Sem querer, acabei influenciando um pouquinho na escolha”, a mãe. Imaginemos esse “pouquinho”. Para me ajudar, a revista Contigo fez uma entrevista muito mal-feita com a Sasha. Agora pergunto, caros leitores, essa garota aparenta ter apenas nove anos?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Por que na nossa família as pessoas morrem de repente?

Pai mata filho de seis anos em Minas Gerais. Filho mata o pai com facada no peito em Ponta Porã. Pai mata filho violento a pauladas em Pacajus. Pai mata os três filhos e depois se suicida. Mãe mata bebê de sete meses com faca de cozinha. Homem que fez família refém é tranqüilo, dizem vizinhos. Essas são algumas manchetes de diversos jornais do país nos últimos dois anos.


O que leva pais e filhos que por definição deveriam se amar incondicionalmente, a cometer crimes entre si? Os motivos mais citados nas reportagens estão relacionados com o abuso de drogas ou problemas financeiros. Sim, problemas financeiros! Os pais entram em desespero diante de uma crise no trabalho e acham que a única solução é acabar com tudo - literalmente. Eles pensam que amor é não deixar os filhos passar por dificuldades, mesmo que isso custe a vida deles.


A violência de filho para pai é levada por uma mistura de abuso de drogas e incompreensão. Ou porque eles se sentem incompreendidos. Cabe aqui um trecho de Pais e Filhos, da Legião Urbana: "Você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais. Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo. São crianças como você, o que você vai ser quando você crescer."


A psicóloga Fulvia de Souza Veronez, mestranda da área de Distúrbios da Comunicação Humana no
Centrinho/USP diz que “O eixo familiar se perde e a inimputabilidade - ignorar o caráter ilícito de seus atos - surge tão rápido que é praticamente impossível de se evitar uma tragédia no calor de uma discussão. A indisciplina e o uso de drogas passam a ter um papel fundamental nos julgamentos que se perdem em atos de extrema violência”.


A idéia de distúrbio emocional se repete na justificação de um projeto de lei para instituir a
Semana Nacional contra Violência na Primeira Infância: “conscientizar as autoridades investidas e a população sobre as verdadeiras causas da violência e explicitar que atrás de uma arma que mata há sempre um cérebro emocionalmente mau preparado”.


Manchetes:
http://www.pernambuco.com/diario/2003/05/26/brasil2_0.html
http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenewsd.php?id=470LINKCHMdt=20060819
http://www.maracaju.news.com.br/POLICIA/view.htm?id=60883&ca_id=26
http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid54966,0.htm

domingo, 23 de setembro de 2007

Diálogo e sexo na boca de todos

"Assim entre os 12 e os 13 anos nas meninas e os 13 ou 14 nos meninos aparece de repente o interesse pelo sexo oposto, ainda que cada adolescente seja um mundo à parte". Começo meu texto com essa frase de Teresa Artola González¹, pois o assunto de hoje envolve sexo na adolescência.

Os tempos mudaram e hoje em dia falar sobre isso não é mais um pecado. A vida sexual dos jovens se inicia cada vez mais cedo e o diálogo entre pais e filhos se torna cada vez mais essencial. A boa conversa, o esclarecimento, e a abertura para escutar os filhos podem evitar muitas conseqüências indesejadas. Vemos no nosso dia-a-dia meninas grávidas sem estrutura nenhuma para criar um filho, e além disso, adolescentes com as chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Os filhos também devem fazer sua parte. Procurar os pais para conversar e tirar suas dúvidas quanto ao assunto e também outras fontes de informação, como por exemplo especialistas que trarão mais conteúdo sobre esse tema. Após isso, colocar em prática o que se aprendeu, com responsabilidade e cuidado.

Mesmo sendo complicado de se tratar com um filho, os pais devem se atentar para o fato de que a solução para esse assunto não é escondê-lo. Mais cedo ou mais tarde a descoberta dessa vida sexual se dará, e o melhor é que esse adolescente esteja preparado para lidar com essas novas experiências.


¹ Teresa Artola González é Doutora em Psicologia pela Universidade Complutense, de Madri. Desenvolveu um amplo trabalho de pesquisa e docente no campo da Psicologia infantil como Professora do Departamento de Psicologia Evolutiva e da Educação. É autora de diversas publicações em sua maior parte dedicadas aos problemas de aprendizagem, sua avaliação e tratamento.

Fonte: Portal da Família

sábado, 22 de setembro de 2007

Dia Mundial Sem Carro exige reeducação


Nem a ampla divulgação da mídia e o dia ensolarado em São Paulo fizeram com que a maioria dos motoristas paulistanos deixasse o carro na garagem no Dia Internacional Sem Carro , hoje, praticado em 56 cidades brasileiras e em outras 1800 no mundo todo. A campanha tem por finalidade amenizar os congestionamentos, reduzir a poluição e estimular a atividade física, como caminhada e ciclismo.

Prefeito da maior cidade do Brasil (com frota diária de 3,5 milhões), Gilberto Kassab afirmou que se trata de “uma campanha educativa, e não obrigatória", e começou o dia dando
bom exemplo: usou ônibus para chegar ao SESC da Avenida Paulista, onde participou de uma confraternização com os organizadores do evento.

Mas o fato é que o automóvel tornou-se o principal sonho de consumo do brasileiro, superando até a aquisição da casa própria. “O carro virou extensão do corpo”, disse Liane Born (46), organizadora da mobilização, à Folha On Line. Criou-se um culto ao individualismo e status agregado ao automóvel – quase sempre há apenas uma pessoa em cada veículo. “Uma boa medida seria o transporte solidário”, opinou o consultor de empresas Roney Vittor (52), referindo-se à carona aos vizinhos e/ou colegas de trabalho.

É bem verdade que junto com a falta de consciência há a escassez de alternativas para o pedestre. “Usaria menos o meu carro se o transporte público fosse melhor, se houvesse mais estações de metrô, com mais segurança”, disse a enfermeira Mariane Rodrigues (33), que não abre mão do “conforto do carro”.

Assim, fica evidente a dificuldade em se reeducar. Necessidade ou status? Praticidade ou sedentarismo? Pegue carona nessa discussão (ops!). O mundo agradece!
A foto acima , de 2006, é do fotógrafo da prefeitura João Luiz Gomes.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Terapia Familiar

"Mudanças no contexto familiar criam poderosas mudanças nas pessoas e em seus problemas." Michael P. Nichols, Richard.C. Schwartz



Na sociedade em que vivemos, os conflitos familiares se tornam cada vez mais comuns. A autoridade incontestável dos pais - em especial do pai - existente no modelo de família patriarcal (aquela que o pai trabalha e a mãe cuida da casa e dos filhos) já não existe, criando um conflito entre gerações, o lugar do adolescente ainda não foi estabelecido.

A família, desestruturada, já não sabe como resolver seus problemas. Filhos indisciplinados, mimados, casais que não se vêem como marido e mulher e passam a ter uma relação exclusivamente de pai e mãe.A família se sente incapaz de resolver seus problemas e não sabe a quem recorrer. Muitas dessas famílias acabam encontrando apoio em terapias.

A Terapia Familiar trabalha o indivíduo através do contexto social. Como peça fundamental para o tratamento, a família experimenta novas formas de comunicação e interação. Os sintomas são diagnosticados em um indivíduo, porém mostra que todo relacionamento familiar está afetado.

Ainda existe muita resistência na hora de ir à terapia. Além da difícil aceitação, há o preconceito. "As pessoas pensam que devem resolver seus problemas sozinhas, sem precisar da ajuda de ninguém”, diz a doutora
Olga Inês Tessari, psicóloga e psicoterapeuta, no site Ajuda Emocional. Desenvolver a consciência de que a ajuda é necessária é parte fundamental do processo. O paciente não pode ser forçado a fazer terapia, pois esta dificilmente funciona desta forma.

O CEAF – Centro de Estudos e Assistência a Família - oferece Terapia Familiar gratuitamente. Para mais informações, acesse o site do
CEAF.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Confuso, eu? Claro que “não”!

foto: Revista Dohler
Todos concordam que esta fase da adolescência é um tanto quanto complicada. Os adultos, bem ou mal, passaram por essa fase e sabem que muitos problemas costumam atormentar a mente dos adolescentes que se julgam vítimas e ao mesmo tempo tentam passar uma imagem de “responsáveis pelos próprios atos”.

Essa fase se caracteriza por crises de identidades, normas estabelecidas, conflitos, iniciação sexual, etc. Uma porção de valores que, dentro da cabeça de um adolescente se misturam e, o nervosismo, a ansiedade e a sensação de que não será possível encontrar uma saída, perturbam qualquer um.

É neste momento então, que o adolescente procura algo para se sentir bem, algo que o faça interagir com os outros e que se identifique com eles.
Ao serem questionados por qual motivo ingerem bebida alcoólica, jovens, amigos meus, dizem que se sentem bem ou talvez porque todo mundo está bebendo e por que só eles não beberiam? Além da questão de que beber é legal, diferente, um ato adulto; tem também o fato de que virou moda você ir para a balada e estar sempre com um copo na mão.

Os jovens procuram fugir de seus problemas e aflições se entregando à bebida. Acidentes e problemas de saúde são fatores agravantes hoje na vida do brasileiro. Muitos, internados em hospitais em coma alcoólico e, outros tendo doenças como hepatite por excesso de bebidas alcoólicas. “O jovem começa a beber porque quer aparecer. Os exibidos querem aparecer mais, enquanto os tímidos querem ser vistos”entende o psiquiatra Içami Tiba.

Muitas pesquisas sobre este assunto são feitas, mas poucas soluções encontradas. Mas a idéia fundamental que se tem deste assunto é que os pais são a base para o desenvolvimento dos filhos, para alertar e ajudar sempre.

Aqui você pode encontrar depoimentos de jovens e famílias que passaram por esse problema e, que te ajudem a quem sabe, ajudar alguém.


Saiba mais sobre Içami Tiba.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A infância não é mais aquela, la la la la la

direto do: Blog do Munhoz



A infância não é mais a mesma, queridos leitores, e nisso acho que todos concordamos. A mudança na realidade econômica, associadas ao acesso das crianças à informação sobre o mundo adulto de forma fácil e simples, transformou radicalmente a infância. Uma criança pode ver, por exemplo, um striptease na novela das seis. Os pais não têm controle sobre esse tipo de conteúdo que as crianças vêem.

O computador é um portal de curiosidades. Muitas crianças entram em sites impróprios, têm Orkut (portal permitido só para maior de 18 anos e que, em grande parte, tem um conteúdo explícito e adulto), entram em bate-papos indevidos e afins. Hoje, são os pais que aprendem informática com os filhos.

Esse tipo de comportamento vem muito da influência da mídia pela televisão, Internet e revistas pré-adolescentes como a Capricho, que mostra como a garota deve ser vaidosa e magra, e como deve “conquistar o gatinho”. Tania Zagury¹ diz que "Por influência da televisão, da internet, dos jornais, as crianças são levadas a achar que precisam adotar certos comportamentos e consumir determinados produtos. E os pais, tentando incentivar sua independência e a capacidade de decisão, acabam não querendo intervir e dizer não à maquiagem, ao salto, à maneira de vestir."

A não intervenção dos pais é altamente prejudicial às crianças. Criam-se estereótipos a base de imagens e vaidades e valorizam a superficialidade. Meninas de nove anos vão ao salão de beleza, pintam as unhas semanalmente, esticam o cabelo com escovas progressivas e afins, possuem mais de 20 pares de sapatos e se maquiam. Que tipo de infância é essa?

(continua na próxima terça-feira)

_______________________________________________
¹. Tania Zagury é mestre em educação e autora de livros como O Adolescente por Ele Mesmo e Encurtando a Adolescência.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Namorinho de portão...

De repente, a “filhinha” diz: “Papai, mamãe posso namorar?” E os pais pensam: como essa bebê, que ainda nos chama de papai e mamãe pode ter um namorado? E então a resposta é um forte e sonoro "nunca!".

Essa negativa pode ser causada por puro ciúme, autoritarismo, superproteção e substimação da responsabilidade da própria filha - fato condenado por Geraldo Castilho¹: "Essas atitudes contribuem nuns casos para tornar os filhos irascíveis, impulsivos e agressivos, e em outros para desenvolver neles uma personalidade insegura e instável". Ou o medo dos pais pode ter um fundamento mais "racional", como a apologia ao sexo difundida pela mídia em geral e o excesso de meninas grávidas já na adolescência. Ao falar de uma pesquisa sobre a diferença entre ficar e namorar, o professor doutor Sandro Caramachi - docente da área de psicologia da Unesp de Bauru ressalta que “Há um descompasso entre o aumento da liberdade e da responsabilidade”. Em contrapartida, uma pesquisa do
IPAT mostra que um em cada quatro jovens possui uma postura conservadora em relação ao sexo.

Sendo assim, cabe aos pais orientar bem seus filhos - dessa forma, com ou sem pesquisas, eles não terão com o que se preocupar.

¹Geraldo Castilho é professor de Pedagogia e Psicopedagogia da Universidade de Navarra e pesquisador do Instituto de Ciências da Família da mesma Universidade, além de professor visitante de diversas Universidades espanholas. O presente texto é parte do livro "Educar para a amizade", da Editora Quadrante. O trecho transcrito aqui foi retirado do artigo "A importância da atitude dos pais", lido em 15/09/2007 no site Padre Reginaldo Manzotti Veja mais artigos dele no Portal da Família

domingo, 16 de setembro de 2007

Computador: aprecie com moderação

O computador está cada vez mais presente na vida das pessoas. Muitas dependem dele para o trabalho e passam praticamente o dia inteiro o utilizando. A tecnologia se renova a cada dia e as pessoas que não conseguem acompanhar sua evolução ficam cada vez mais atrasadas em relação ao mundo. Mas até que ponto tudo isso é um benefício?

Hoje em dia é comum vermos
crianças em frente ao computador. Passam horas, jogando, mexendo na internet, baixando músicas e etc. É importante que essas crianças tenham acesso à tecnologia e que estejam antenadas com o que acontece no mundo.O computador traz conhecimento, conteúdos úteis, além de ajudar na educação, quando utilizado de maneira correta.

Os pais devem se atentar a quantidade de tempo que seus filhos utilizam o computador,qual o conteúdo acessam na internet e também impor limites. Quando isso não ocorre, essa máquina pode trazer prejuízos a essas crianças. Muitas passam tempo demais mexendo no computador e agem como se sua vida estivesse dentro dele. Não praticam atividades físicas, não brincam, não interagem com outras pessoas, a não ser pelo MSN e Orkut. Isolam-se no incrível, mas também prejudicial, mundo da tecnologia.

As crianças, assim como os adolescentes e até mesmo adultos, devem utilizar esse meio como um complemento de informações e não se tornar dependente dele. A tecnologia facilita o dia-a-dia, mas também faz com que no isolemos um pouco do mundo e das pessoas. Temos que conviver com pessoas, pois essas trarão experiência e bagagem para nossas vidas. Não resumir nossas amizades, nos contatos do orkut.

sábado, 15 de setembro de 2007

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite...

"Não me faz absolutamente falta [a tV], e nem tenho tempo para perder com ela. Não tive TV até minha filha menor tornar-se adulta. Foi o melhor presente que dei a meus filhos! Por sinal, todos os quatro têm sucesso profissional muito bom, em alguns casos até excepcional." (*professor Valdemar W. Setzer, em entrevista ao Observatório da Imprensa.)



Tenho hábitos noturnos. Raramente durmo antes das 01h00, todos os dias. Acordo às 06h00. Começa aí minha maratona diária de trabalho e estudo. Volto para casa por volta de 00h10, 00h15. Ou seja, passo o dia inteiro fora. Por isso não tenho muito tempo, por exemplo, para ver TV. Costumo jantar assistindo ao telejornal e depois ao
Programa do Jô quando volto da faculdade, e só.

Mas sinto cada vez menos falta da televisão, principalmente depois que comecei a assistir a um certo programa que pretensiosamente se coloca como um exemplo de “vida inteligente na madrugada”, como se fosse um oásis intelectual em meio a tanta besteira que passa por aí.
É, o
Altas Horas de Serginho Groisman me decepciona. Não quero também parecer pretensioso ou arrogante, mas ainda não vi muitas demonstrações de inteligência nas últimas madrugadas de sábado, quando o programa é exibido.

Os convidados são sempre os mesmos, a platéia é sempre a mesma e as perguntas da platéia são sempre as mesmas: “Quando você começou a ter interesse pela carreira de ator?”, “Qual foi a maior loucura que uma fã já fez para ficar perto de você?”, “Você já recebeu propostas para posar nua? Posaria, se fosse convidada?”.

Por Deus! Acredito que Serginho seja coagido pelos interesses privados da empresa na qual trabalha, pois o próprio apresentador também conduz o programa para esse baixo nível. Recuso-me a acreditar que alguém com a sua inteligência e competência esteja realmente satisfeito com a qualidade do programa.Penso que é melhor não ter tempo para assistir TV mesmo. Assim me poupo da programação infértil e fugaz da TV aberta. Preciso pensar em coisas mais interessantes para fazer nas madrugadas de sábado...

* Valdemar W. Setzer, professor titular aposentado do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, fala mais sobre como a televisão é prejudicial, principalmente para as criançasa, no site
Observatório da Imprensa

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O amor não supera tudo

Fonte da Imagem:www.ocio.quitua.com.mx

Segundo dados do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram registrados 95,9 mil caso de divórcios no país em 1994, contra 94,8 mil em 1993. Esse aumento revela que o “felizes para sempre” não acontece na prática. Desiludidos, os casais não têm mais a necessidade de casar para ficarem juntos, como afirma outro estudo do IBGE que diz que entre a década de 80 e 90 o número de casamentos realizados baixou de 948,2 mil para 775,2 mil.

O fim do casamento é, na maioria das vezes, doloroso. O casal sofre, os filhos sofrem, e o sentimento de incapacidade de ser feliz e manter um relacionamento, muitas vezes também faz companhia ao casal. A Dra. Olga Inês Tessari* afirma que o divórcio acontece por falta de aceitação das diferenças, idealização do companheiro e por imaturidade emocional.

Casais divorciados dificilmente têm bom relacionamento, e a briga na justiça por bens, pensão, filhos, só piora o desentendimento. Embora pareça inacreditável, existem pessoas - em especial mulheres - que são violentadas física e moralmente, porém mantém o casamento por medo, insegurança, falta de auto-estima e problemas financeiros.

A Dra.Olga afirma que para manter um relacionamento saudável o diálogo é fundamental: ”O amor supera algumas barreiras, não todas. Não é o amor, mas o diálogo que vai determinar quais as barreiras que serão superadas”. Aprender a dialogar nem sempre é fácil. Muitas pessoas foram educadas para permanecerem caladas e a adaptação pode ser difícil, mas é sempre favorável.



Livro sobre relacionamentos:
Os Homens São de Marte, as Mulheres são de Vênus

Lei que regulamenta o divórcio:
clique aqui



*A Dra. Olga Inês é psicóloga, psicoterapeuta, escritora, pesquisadora, consultora e palestrante.
Para mais informações acesse o site:
Ajuda Emocional

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Dizem que mulher é o sexo frágil...

“Lugar de mulher é na cozinha”. “O homem é que tem que sustentar a família. Mulher tem é que cuidar da casa e dos filhos!”. O machismo aqui foi proposital, provocativo mesmo. É evidente que esse pensamento não faz o menor sentido, mas o fato é que ainda vivemos numa sociedade machista, onde os meninos são educados para liderar, e as meninas para servir. Tanto por parte do pai quanto da mãe.

A semente dessa desigualdade brota praticamente na maternidade, ou, nos dias de hoje, já nas imagens do ultra-som que revela o sexo do bebê. Azul para eles, rosa para elas.
Para os meninos, carrinho de rolimã, bola de futebol, pipa, bonecos de super-heróis, rua. Para as meninas, bonecas que pedem pra trocar a fralda, mini-fogão, pratinhos, casinha, lar.

“(...) na nossa cultura, acredita-se que ‘ser homem’ é o mesmo que ser agressivo, competitivo, menos afetivo e mais ‘durão’. Em contrapartida, da menina, ninguém espera outro comportamento que não seja a delicadeza e a fragilidade”, afirma o sexólogo Marcos Ribeiro em entrevista publicada no blog
Pai Legal.

Na adolescência, mudam-se os hábitos, mas a essência é a mesma. Fica para o rapaz a (quase) obrigação de pagar as contas e ter um carro. Nunca para a namorada, que por sua vez, baseia-se num modo de seleção natural darwiniana na hora da paquera – salvo raras exceções - Quem não tem carro, é descartado. Sinto muito, caro pedestre. É a lei da vida!

A imposição de uma suposta superioridade masculina muitas vezes é aceita (e bem aceita, diga-se) pela ala feminina. Não haverá igualdade entre os sexos enquanto a maioria das mulheres se submeter aos homens e continuar dando a mesma orientação para seus filhos(as), como ocorre ainda hoje.


1 :
Marcos Ribeiro - Rio de Janeiro-RJ – sexólogo
Contato:
marcosribeiro@marcosribeiro.com.br

Curiosidade: Por que elas preferem a cor rosa? Clique
aqui e descubra

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

“Tchau, dorme com Deus e com o anjinho da guarda. Amém”

Que a base da educação se tem em casa; que os pais têm dificuldades para ensinar outro ser completamente diferente deles; que por mais que a educação vinda de casa seja muito importante, ela não é única, tudo isso nós já sabemos e vimos aqui.

Mas outro dia ao conversar com meus pais aprendi mais uma coisa e pude perceber outro fator além de índole e drogas, que também dificulta o ensino da educação para um filho.

Um casal relativamente católico, que hoje, freqüenta as missas de Domingo, mas que por um bom tempo nem sequer entrava na Igreja, teve um casal de filhos. O primeiro há 21 anos atrás que estudou por mais de dez anos em colégio católico dizia não acreditar em Deus, em santos, e em nada que pudesse se relacionar com estes.

Mas ouvia-se sair de sua boca: “Ufa, graças a Deus não foi nada grave”. Como assim? Mas se ele não acredita por que ainda diz: “Se Deus quiser eu vou pra praia no fim de semana”. Os pais ensinaram a rezar, mostravam imagens de anjinhos quando pequeno e dizem até hoje uma frase antes de dormir, mas a decisão de acreditar ou não é somente do filho.

Hoje, por ser sua irmã mais nova e saber que ele tem motivos para isto, sei que ele acredita, mas faz questão de não demonstrar aos outros e, sei também que meus pais fizeram a parte deles desde o início, sem desistirem nunca, mesmo não vendo sucesso.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

"Papai, Sou Gay"

O homossexualismo hoje em dia já está infiltrado em nossas casas. Amigos de amigos são, primos, vizinhos... Nem as novelas ignoram mais. É um tema atual e não há como fugir. Vivemos uma era de liberdade sexual só vista antes na época de woodstock. Mas o que foge à essa liberdade é a pergunta de um milhão de dólares: Será que meu filho(a) é gay?

Por mais esclarecidos que os pais modernos sejam, ainda há aquele lampejo de desejo conservador que espera que não aconteça com seu filho. Embora atualmente os pais estejam mais aceitáveis quanto a esse assunto. Quando digo isso não quero dizer que não haverá brigas e discussões. Haverá sim, mas é passageiro. É o susto, o baque, e depois passa.
Ouvimos muito as pessoas dizendo que existem mais homossexuais que antigamente. Na verdade eles sempre existiram, desde a Grécia Antiga. O que acontecia é que as pessoas não se assumiam tanto, e hoje há essa abertura, essa conquista contra o preconceito. O prejulgamento sempre existirá, infelizmente, mas está cada vez mais enfraquecido.
Leia a seguir a entrevista que fiz com um garoto de classe média que não quis ser identificado, mas que lida bem com sua homossexualidade, e que contou sua experiência e como a família lidou com tudo isso.

O estudante G. C., 19, relata como é o relacionamento familiar, as brigas, a aceitação e outros casos homossexuais na família:

  • Quando você descobriu que é homossexual?

Foi quando tinha 11 anos. Não tinha interesse em garotas e fiquei com um garoto da mesma idade.

  • Daí você contou para os seus pais ou eles que descobriram?

Eles descobriram quando eu estava com 13, vendo meus emails. Teve muita briga, muita discussão. Já me relacionava com outros garotos e tudo mais. Mas diálogo aberto mesmo só com 16, 17 anos, por aí.

  • Sua família não aceitou muito bem..

De início foi um choque. Rolou briga, com uns 15 anos eu saí de casa. Mas foi momentâneo, fiquei na casa de um amigo mas depois voltei. Conforme o tempo, fui ganhando espaço e abertura através de diálogo. Hoje em dia é normal. Minha família inteira sabe e leva numa boa. Sou bastante respeitado.

  • E como você se sentiu com tudo isso acontecendo?

Senti insegurança, medo das pessoas me rejeitarem, tristeza... esse pacote todo (risos). Mas os amigos do "meio" me ajudaram bastante através de conversas e experiências.

  • E o preconceito?

Preconceito é uma palavra muito forte. Já rolou uns comentários maldosos dos meus irmãos (G. C. tem um irmão de 18 e uma irmã de 15). Entendo porque, da mesma forma que foi um choque pra mim, também foi pra eles. Mas nunca fui discriminado pela minha família.

  • Tem outros casos de homossexuais assumidos na família?

Tenho dois tios mais velhos (41 e 44). O fato de ter esses casos na família ajudou a ter um comportamento mais aceitável e mais aberto em relação a isso. Foi mais difícil pra eles do que pra mim. Eles prepararam o terreno (risos). Não que essa tenha sido a intenção deles, mas foi mais fácil para eu assumir.

  • E você acha que eles podem ter te influenciado de alguma forma?

Não, de jeito nenhum. Acredito que quem é gay, já nasce gay. Eles não influenciaram em nada minha escolha.

  • O que mudou no comportamento da família?

Mudou para melhor. Eu era muito mais tímido e retraído e hoje me sinto mais a vontade, mais leve. Até brincadeiras e piadinhas rolam numa boa.

  • Algum defeito ou vício foi mais bem aceito que o fato de você ser homossexual?

O fato de fumar foi muito mais bem aceito. E até mesmo os meus defeitos como pessoa eles aceitam melhor.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Um filho muda tudo

Passei o feriadão na casa da minha prima Tatiana Corrêa, 26. A Tati sempre foi meio "rebelde" e a prima mais descolada de todas. Foi morar em São carlos há alguns anos para fazer biologia na UFSCAR e foi além: depois de se formar começou o mestrado, casou com o baterista Bruno Marques e tem um bebezinho lindo, o João Pedro.

Isso tudo (e 90% disso tudo é o João) fez da "ovelha negra" da família uma manteiga derretida que fica com os olhos rasos d'água quando fala da saudade que sente da família (do restante da família...) que ficou na Grande São Paulo. E ficou bem mais cautelosa também. Até para atravessar a rua a Tati pensa sei lá quantas vezes (eu presenciei isso!). Sair a noite, então... "Tem que ver se o João está num dia legal para ficar com outra pessoa e quem será essa outra pessoa. E se eu estou num dia legal pra ficar longe do João!". É, o JP consome mesmo muito tempo: "Pensei que fosse dar conta do mestrado, por exemplo, durante as três horinhas que eles estivesse dormindo, mas esse tempo fica curto demais".

domingo, 9 de setembro de 2007

Cada um, cada um!

Não consigo entender a dificuldade das pessoas em entender que, uma pessoa é diferente da outra. Sempre tem alguém na família, ou mesmo fora dela, para fazer uma comparação entre irmãos. Para falar que um é mais sorridente que o outro, mais bonito, mais magro, mais inteligente. Não sei ao certo, mas qual será o objetivo de uma pessoa ao fazer uma comparação tão mesquinha e pior, comparação que muitas vezes magoa e fica na cabeça de quem está sendo criticado?


Mas infelizmente, essa questão não para por ai. Muitas vezes pessoas que passam por isso, tentam copiar seus irmãos e se acham inferior a eles. Passam a agir de maneira que possam agradar, e perdem sua originalidade, tudo para não parecer pior. Ficam tristes quando estão sozinhas e se sentem menos amados. Ou então ficam revoltados, se fecham em seus mundos e procuram se esconder, com medo de novas comparações. Há também os que fingem não ligar, mas que no fundo ficam sim, magoados.


É tão simples, ninguém é melhor que ninguém. Cada pessoa tem sua aparência e personalidade. Não compare, ou pelo menos tente não comparar. Seu “simples” comentário pode deixar alguém muito chateado, na melhor das hipóteses.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Família do coração

Família de Poá - foto cedida por Rosemeire Alves González do setor de
Comunicação e Desenvolvimento de Parcerias da Aldeia S.O.S.

É na família que a criança encontra conforto, carinho, segurança e proteção. Porém sabemos que há muitos casos de abandono, seja por falta de condições financeiras, por falecimento, ou por motivo de doenças graves.

“A família é essencial na conquista da maturidade emocional do filho, pois só ela pode proporcionar um caminho de transição entre os cuidados dos pais e a vida social”, assegura a Psicopedagoga da Clínica Apprendere Espaço Psicopedagógico.

Considerando a importância da família, a
Aldeia S.O.S. – organização que abriga crianças órfãs em risco social – é estruturada de forma a criar um ambiente familiar. A Aldeia possui 12 casas-lar, sendo que, em cada uma mora uma mãe social e entre sete e nove crianças. Os irmãos de sangue permanecem sempre na mesma casa.

O Programa de Fortalecimento Familiar e Comunitário da instituição ajuda as crianças a criarem relações afetivas não só com seus irmãos postiços e a mãe social, mas também com toda a comunidade. Na unidade de São Bernardo do Campo, em SP, as atividades oferecidas são: educação infantil, apoio educacional, inglês, dança, artes, esportes, reuniões familiares e centros comunitários.

As crianças moram na Aldeia até completarem 18 anos, depois disso, os jovens que têm ganhos regulares recebem um apoio financeiro e pedagógico por no máximo três anos. Essa assistência tem como objetivo ajudar os jovens no seu processo de autonomia.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Onde foi que eu errei?

Normalmente esta é a pergunta que atormenta um pensamento paterno ao se deparar com o fato de que seu filho primogênito está seguindo por caminhos que não são corretos, ou pelo menos, indesejados por um pai.
Classe média alta, colégio particular por 13 anos, boa casa, família bem estruturada, sem brigas freqüentes ou relevantes e, por má companhia aquele jovem passa a se drogar.

Mas, espera um pouco aí! Aonde foi parar a educação que deram para este garoto, os pais que pecaram na hora de educar ou ele que escolhe seus caminhos? Afinal, um rapaz de 18 anos já se sente homem o suficiente para tomar suas decisões e, na maioria das vezes, já é mesmo.

Não bastou então conversar com ele nos últimos cinco anos, tentando mostrar os diversos caminhos da vida e torcendo para que ele faça a melhor escolha. Talvez fossem necessários mais exemplos, mais conversa, aquela ajuda mesmo que um pai, com toda sua experiência, pode fornecer a seu filho que está descobrindo o mundo. Agora além de conversar e tentar ocupar a vida do garoto com diferentes atividades, a reza, para os que acreditam, passa a ser indispensável todos os dias e, já não se dorme mais no meio do “Pai Nosso”.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Etiqueta só se for de Camiseta

Não quero parecer radical ou "revoltado" ao falar de como se portar à mesa. Sou imoral e não vou aceitar de jeito nenhum alguém me dizendo como devo me comportar na hora de comer.

Regras, regras e mais regras. Parece que o ser adulto é tão enfastiado que precisa inventar regras pra suprir o vazio da vida que lhes cerca. E não estou querendo defender o arrotar, falar palavrão ou comer com as mãos. Não é isso. Estou querendo dizer sobre como os talheres devem ser postos, como pegá-los, como cortar o bife ou organizar a salada no prato. É disso que estou falando. Já temos infinitas regras de inúmeras situações, então pergunto
"De que serve a etiqueta?”

Etiqueta é só uma forma esnobe que os ricos inventaram de dizer “Nós somos melhor que vocês”. Até hoje não entendo por que devemos colocar o guardanapo no colo ou não poder usar boné na hora da refeição.

Educação na mesa como não falar de boca cheia ou brincar com a comida é uma coisa, agora etiqueta é falsa-educação. Falsa e mesquinha.

E almoço de família mesmo é assim, sem regras, sem silêncio, sem falso moralismo. Quando a família ou amigos de verdade se juntam para uma refeição, seja ela almoço ou jantar, natal ou reunião de domingo, não tem nada melhor que poder arrotar livre na mesa e rir com a boca escancarada e cheia de macarrão, sabendo que ali, ninguém se importa.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Minha culpa, minha máxima culpa.

“Se os progenitores não aprenderam de forma adequada a enfrentar uma determinada situação evolutiva, não poderão ensiná-la a seus filhos. Produzirá, então, uma falha nesse momento evolutivo, pois os pais não tolerarão a reativação das ansiedades que experimentaram quando adquiriram a aprendizagem em pauta” – escreveu Raquel Soifer¹. Acho que “colocar a culpa nos pais” é uma boa forma de tomarmos fôlego para iniciar a semana.

Uma vez eu falei uma coisa errada, todo mundo riu, e um amigo me defendeu: “Como ela ia saber, se ninguém falou pra ela?”. Colocar a culpa nos outros de modo geral também parece ser um bom jeito de começar a semana.

O problema é que quem vai viver a semana sou eu e, independentemente de quem seja “responsável” por meus defeitos e dificuldades, quem vai sofrer os efeitos dessas causas sou eu.

Além do mais, eu faço parte da minha família, do meu trabalho, da minha faculdade... e tenho minha parcela de responsabilidade, culpa e mérito diante dos “resultados” que essas instituições apresentam. Se eu percebi que faltou aprender algo com a minha família, cabe a mim mostrar a eles que não sabíamos daquilo – por mais que sejam “reativadas as ansiedades”. Afinal, estamos todos no mesmo barco. Ou melhor, na mesma casa.


¹Raquel Soifer é psicanalista argentina, uma das pioneiras da psicanálise infantil na América Latina. Encontrei o trecho citado no blog numa monografia de 1999, de uma ex-graduanda de psicopedagogia da Universidade Metodista de São Paulo, a Marluci de Fátima Ferreira. Raquel ainda pode ser tema de outros posts.

domingo, 2 de setembro de 2007

Boa sorte e consciência

Um casal de adolescentes, amigos meus, tiveram um filho. Não que tenha sido planejado por todos, mas hoje ele é a benção de toda a família. Os pais ainda são jovens, estudantes e têm toda a vida pela frente, porém agora com a responsabilidade de educar um filho, mais um habitante deste mundo louco em que vivemos. De onde tirar conhecimento suficiente para passar para seu filho?

Claro, da educação que receberam de seus pais. É como se fosse um ciclo, tudo o que você aprende, um dia passará para seu herdeiro que mais para frente ensinará a outros, etc. O que não se pode negar é que o mundo muda e, com ele nós também, então fica complicado passar adiante uma educação rígida que recebeu nos anos 60, para seu filho que vive hoje no século XXI, sabendo que ele, ainda adolescente, tem o dever de ensinar um ser que viverá numa época que mal podemos imaginar como será.

Então podemos suspeitar da educação vinda dos pais, no sentido de que esta, agindo sozinha, não tem força alguma para formar, moralmente dizendo, uma pessoa; pois é preciso saber como a tal encarará o mundo lá fora e também seus próprios obstáculos. O que podemos desejar então é sorte aos pais que educam e, consciência aos filhos que aprendem.

sábado, 1 de setembro de 2007

Superproteção x Liberdadade


O pássaro que o leitor vê acima é de meu pai, e por isso o Seu Egberto se acha no direito de trancafia-lo numa gaiola minúscula, impedindo-o de voar apenas para poder ouvi-lo cantar de perto. Penso que meu pai odeia pássaros. Se gostasse, não os prenderia.

Infelizmente, esse simpático e popular “Coleirinha” não pode mais ser solto. Explico: é que depois de tanto tempo encarcerado, ele não duraria muito em liberdade. Não sabe procurar comida e abrigo, não sabe se defender dos predadores e possivelmente não sabe nem voar.

Muitos pais, guardadas as devidas proporções, agem da mesma forma com seus filhos. Talvez por medo de que se machuquem, acabam protegendo demais suas crianças, que crescem frágeis e despreparadas para o “mundo real”. Mais tarde, esses indivíduos terão grande dificuldade em lidar com os dramas da adolescência e, depois, com os problemas da fase adulta, etc.

É imprescindível impor limites, sobretudo na infância. Mas o excesso de cuidados pode “cortar as asas” da criança. “Ora! Mas esse passarinho já tem tudo: Abrigo, água, alpiste. Até jiló eu dou pra ele. E o danado canta que é uma beleza!”, diria meu pai. Se a superproteção atrapalha? Pergunte ao camarada aí da foto.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Fonte: TV Rage

(NaLauren Graham e Alexis Bledel – protagonistas
do seriado
americano Gilmore Girls)


O seriado americano Gilmore Girls tem como protagonista uma mãe solteira (que ficou grávida aos 16 anos) e sua filha. A trama conta com humor os desafios da vida dessas mulheres.

Aqui no Brasil, o assunto foi abordado pela novela “Páginas da Vida”, quando Nanda (Fernanda Vasconcelos) foi abandonada grávida de gêmeos por seu namorado Leo (Thiago Rodrigues).

Mamãe, eu tenho pai?

“Toda criança e adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar comunitária (...)” garante o Estatuto da Criança e do Adolescente – Capítulo III – seção I – Art. 19.
Mas, o que podemos considerar família?

“Família são aqueles que te amparam, te escutam, apóiam suas decisões e ajudam na formação do seu caráter”, diz o inspetor de qualidade Rodrigo de Oliveira Batista, 20. O pai dele abandonou a mãe grávida porque queria o aborto. Criado pela mãe com a ajuda dos familiares maternos, conheceu o pai já aos nove anos. Ele conta que o encontro foi muito importante na época, pois sentiu como se tivesse “ganhado uma família de verdade”.

Rodrigo diz que mantém contato com o pai até hoje, porém já não se importa tanto com as mágoas que ele lhe proporcionou. Ele acredita que se fosse criado por ambos os pais sua vida seria muito diferente.

Ser mãe solteira é uma grande responsabilidade, afinal as obrigações ficam acumuladas em uma só pessoa. Cuidar da criança, levar para escola, trabalhar para sustentar a casa, e ainda ter tempo para brincar com o filho e cuidar de si mesma.

Além disso, precisa saber lhe dar com a falta do apoio do pai e os problemas refletidos no filho pela ausência da figura paterna. Ser filho de mãe solteira também é complicado, e pode (o que, na maioria das vezes acontece) acarretar sérios problemas psicológicos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Do berço para o mundo!

Educação varia muito de como é entendida por uns e como é aprendida por outros. No nosso ponto de vista a base da educação se tem em casa, ao se deparar com os pais exigindo que você não fale alto, ou não fale de “boca cheia” e muito menos palavrões. Mas pode-se ver de um outro ângulo. A educação que se aprende na escola. Aquela que ensina o português e a matemática e, que mais adiante terá uma prova para saber como vai o aprendizado dos alunos.

No último Domingo grande parte dos estudantes prestou a prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), com a finalidade de testar seus conhecimentos e adquirir uma boa nota para ajudar no processo seletivo de uma instituição de ensino superior.

Mas como avaliar a educação de uma pessoa que tem seus estudos em dia, mas na hora de pôr em prática tudo o que vem aprendendo desde pequeno dentro de casa se encontra em dificuldade? O que se aprende em casa não pode ser considerado educação, ou será a mais importante delas?

É preciso desde cedo um bom diálogo entre pais e filhos dentro de casa para que este tema seja levado em consideração, pois quando crescem os filhos passam a “andar com as próprias pernas”, ou seja, cada um cria a sua forma de enxergar os fatos e sua índole é testada retomando o que foi aprendido no passado.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Educação Vem de Casa...

fonte: Vida Besta

...Realmente. Nem tudo devemos falar para crianças. Mas devemos ser sinceros em tudo que dissermos. ;)



Hit Me Baby, One More Time

A violência doméstica constitui na omissão dos pais, parentes ou responsáveis contra crianças e adolescentes, sendo capaz de causar danos físicos, sexuais e psicológicos. Essa tirania causada pelos responsáveis da infância (pais, diretores de escola, professores, etc.) é um ato bárbaro e implica numa transgressão de poder absurda.

É super comum e aceitável uma criança apanhar, ser humilhada através de insultos e xingamentos. As pessoas depois de grande coisificam a infância e a tornam algo distante. Elas aprenderam que é através de violência que se molda um adulto descente, uma pessoa de bem e educada. Educação. Essa é a justificativa para a dor. Mas por que essas pessoas que batem em seres mais fracos, em suas próprias proles, não batem em adultos que fazem coisas erradas e estúpidas? Se for para “educar” desse modo, que a regra se aplique a todos. Tenho certeza que um adulto entende muito melhor o mundo do que uma criança.

A ingenuidade da criança é posta em cheque e a infância está cada vez mais curta. Crescemos com medo, inseguros, envergonhados de nós mesmos. A vassoura quebrada nas costas ainda dói, as cicatrizes da tortura ainda estão abertas, os gritos ainda são ouvidos no silêncio. E seu sexo, cheira mais forte que qualquer perfume.