Prefeito da maior cidade do Brasil (com frota diária de 3,5 milhões), Gilberto Kassab afirmou que se trata de “uma campanha educativa, e não obrigatória", e começou o dia dando bom exemplo: usou ônibus para chegar ao SESC da Avenida Paulista, onde participou de uma confraternização com os organizadores do evento.
Mas o fato é que o automóvel tornou-se o principal sonho de consumo do brasileiro, superando até a aquisição da casa própria. “O carro virou extensão do corpo”, disse Liane Born (46), organizadora da mobilização, à Folha On Line. Criou-se um culto ao individualismo e status agregado ao automóvel – quase sempre há apenas uma pessoa em cada veículo. “Uma boa medida seria o transporte solidário”, opinou o consultor de empresas Roney Vittor (52), referindo-se à carona aos vizinhos e/ou colegas de trabalho.
É bem verdade que junto com a falta de consciência há a escassez de alternativas para o pedestre. “Usaria menos o meu carro se o transporte público fosse melhor, se houvesse mais estações de metrô, com mais segurança”, disse a enfermeira Mariane Rodrigues (33), que não abre mão do “conforto do carro”.
Assim, fica evidente a dificuldade em se reeducar. Necessidade ou status? Praticidade ou sedentarismo? Pegue carona nessa discussão (ops!). O mundo agradece!