terça-feira, 18 de setembro de 2007

A infância não é mais aquela, la la la la la

direto do: Blog do Munhoz



A infância não é mais a mesma, queridos leitores, e nisso acho que todos concordamos. A mudança na realidade econômica, associadas ao acesso das crianças à informação sobre o mundo adulto de forma fácil e simples, transformou radicalmente a infância. Uma criança pode ver, por exemplo, um striptease na novela das seis. Os pais não têm controle sobre esse tipo de conteúdo que as crianças vêem.

O computador é um portal de curiosidades. Muitas crianças entram em sites impróprios, têm Orkut (portal permitido só para maior de 18 anos e que, em grande parte, tem um conteúdo explícito e adulto), entram em bate-papos indevidos e afins. Hoje, são os pais que aprendem informática com os filhos.

Esse tipo de comportamento vem muito da influência da mídia pela televisão, Internet e revistas pré-adolescentes como a Capricho, que mostra como a garota deve ser vaidosa e magra, e como deve “conquistar o gatinho”. Tania Zagury¹ diz que "Por influência da televisão, da internet, dos jornais, as crianças são levadas a achar que precisam adotar certos comportamentos e consumir determinados produtos. E os pais, tentando incentivar sua independência e a capacidade de decisão, acabam não querendo intervir e dizer não à maquiagem, ao salto, à maneira de vestir."

A não intervenção dos pais é altamente prejudicial às crianças. Criam-se estereótipos a base de imagens e vaidades e valorizam a superficialidade. Meninas de nove anos vão ao salão de beleza, pintam as unhas semanalmente, esticam o cabelo com escovas progressivas e afins, possuem mais de 20 pares de sapatos e se maquiam. Que tipo de infância é essa?

(continua na próxima terça-feira)

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¹. Tania Zagury é mestre em educação e autora de livros como O Adolescente por Ele Mesmo e Encurtando a Adolescência.

2 comentários:

Lígia Ruy disse...

Texto ótimo argumentação perfeita, Yu!

Fico triste pelas pessoas que encurtaram sua infância, pois a infância, além de já ser curta, é uma fase muito boa, se aproveitada.

beijos

Fernando Freitas disse...

É triste saber que as crianças de hoje estam pulando etapas tão importantes da infância. E os pais, além de não intervirem, incentivam e forçam esse avanço prematuro. Mães levam meninas de 6, 7 anos para dançar funk em programas de auditório. Isso é o fim!